estórias do agbe ou xekere

Abê (ou Agbê ou Xequerê) é um instrumento que se relaciona com o corpo inteiro. Enquanto a Alfaia traz o peso da marcação ao maracatu, o xequerê dá leveza e molejo ao ritmo. Um instrumento de percussão à maneira de um chocalho, o xequerê é formado por uma cabaça revestida por uma malha de contas. 

xekere djalo, 2013, morro da sereia


Toca-se o agbê segurando na cabaça e balançando-a de um lado a outro fazendo com que a malha de contas repercuta na sua parte externa.

Estoricamente, o agbê nunca fez parte de um conjunto de maracatu. 

o Agbê é Originário de Áfrika (Entre Mali, Nigéria, Benin, Gana …), chegou ao Brasil pelas habilidosas mãos dos antepassados escravizados,  firmando-se como instrumento imprescindível dos grupos de afoxé de Salvador, Bahia e Recife, Pernambuco – herança de Áfrika. 

É no final da década de 80 que o Afoxé começa a se tornar comum no Carnaval de Recife. São criados então vários grupos que hoje mantém maravilhosamente bem essa tradição. Anos mais tarde (mais precisamente perto do carnaval de 1997) dois tradicionais maracatus de Recife colocam o agbê entre seus instrumentos. A partir de então, outros copiam a iniciativa e também inserem o Agbê em suas orquestras. 

Vivência de confecção de agbes em Salvador

Maracatu Ventos de Ouro e Djalo Musica Nomad promovem vivência de confecção de agbe em outubro de 2021, em Salvador (BA)

Você estará pela Bahia no fim de outubro e sempre sonhou em aprender a fazer seu próprio agbe?

Venha participar conosco da Vivência de Confecção de Agbes, realizada pelo Maracatu Ventos de Ouro e a plataforma Djalo Musica Nomad. A vivência acontecerá respeitando as normas de vigilância sanitária pela contenção da pandemia e por isso terá vagas limitadas! Acontecerá de 28 a 31 de outubro de 2021 e você pode fazer sua inscrição pelo site www.maracatuventosdeouro.com

Sobre a oficina “Djalo . Confecção de Xekeres”:

A oficina “Djalo . Confecção de Xekeres” é facilitada pela artista plástica, musicista, pesquisadora e artesã de instrumentos musicais Mo Maie.
Propõe iniciar os participantes no ritual de confecção do instrumento passo a passo, conhecendo suas estórias, técnicas de trançados, geometrias sagradas, cuidados com a cabaça e introdução a ritmos ancestrais, permeado pelos fundamentos da cosmopercepção Bakongo.

Presente em vários países do oeste afrikano, como variados nomes como Agbe, Xekere, Baara, Axatse, dependendo da região em que se encontra, como Nigéria, Togo, Gana, Benin, Mali, Serra Leoa e Costa do Marfim.
Feitos com a cabaça bailarina, a cabaça com pescoço, chegou ao Brasil através dos ancestrais africanos, sendo incorporados às práticas espirituais dos terreiros de matriz afro-brasileira.
Foram popularizados através dos afoxés, “candomblés de rua”, especialmente na Bahia e em Pernambuco, por isso também podem ser conhecidos como “afoxés”.
Recentemente os xekeres ou sekeres (em yoruba) foram incorporados à bateria das nações de maracatu.
Na África, são usados tanto como chocalhos quanto como tambor, são feitos com uma cabaça coberta por um trançado de pedras feitas de argila ou miçanga, permitindo que o instrumentos tenha um som único.